segunda-feira, 2 de agosto de 2021

O sabor do passado

 Sentado ouvindo “aquele” boom bap, tomando um bom licor e pensando na vida. A nostalgia vem com o fechar dos olhos, degustar novamente o sabor daquele momento de felicidade que já vivi. 

Questiono-me sobre as alegrias da vida adulta, onde eu consegui me perder na jornada e em que ansiei o momento que iria me reencontrar. De olhos fechados, faça este exercício, pense na primeira vez em que pisou em uma grama molhada, que segurou a mão da pessoa que você já gostou algum dia, até sentir a barriga ter uma sensação estranha só de olhar alguém. 

Imaginar o sabor do passado não é a mesma coisa que sentir o amargor do presente. No passado as adversidades já aconteceram, no presente vamos precisar lapidá-los. O desafio está em transformar a realidade em algo que você saiba que irá superar. 

Gosto de ter meu tempo vago, de me conectar com a rádio dos meus pensamentos, no som dos perfumes que já senti, nos que preciso sentir e aqueles que jamais sentirei novamente.

Este texto é para retratar o quão me sinto bem, com a tranquilidade que fecho os olhos e enxergo o mundo em um colorido constante, com música boa e a discoteca da vida. 

Tenho ficado sozinho rodeado de um monte de gente, é uma opção, ser um observador dos seres humanos. O isolamento me fez encaixar o soluço com o suspiro, como se o diafragma sincronizasse com o coração, lembrando daquilo que realmente me faz respirar. 

Minha alma emana alegria e leveza. Só tenho um recado ao universo, obrigado por me fazer transitar em meu próprio sonho e descobrir que nunca deixei de sonhar.


sábado, 9 de janeiro de 2021

Presença Solitária

 Estamos um ao lado do outro no sofá, sua presença já não preenche mais minha angústia, só faz aumentar o vazio do meu coração.


Este coração que parece caminhar em uma sala preta e ampla, sem parede e nem teto.


Tento conversar, mas teu silêncio me consome. Sinto que estou virando do avesso, que minha cabeça me engole até os pés.


Olho pra você e vejo tudo, mas não enxergo nada. Seria melhor não fantasiar mais nossa jornada.


Somos dois estranhos que já foram chamados de amigos. Nosso amor existe, mas não está mais contigo.


Quero gritar no vazio, mas o eco da minha cabeça me deixa mudo.


Só preciso de um abraço quente, mas seu coração gelado não permite este deleite.


Estou tentando te ler, mas você não se expressa no mesmo idioma. Não deveria ser assim, acho que estou em coma.


Amor não é mais a palavra certa pra nós, afinal, viramos nosso maior pesadelo, nossa vida não é mais um reino.


domingo, 16 de fevereiro de 2020

Fênix de Porcelana

É fácil nos sentirmos vivos, basta respirar para entender. Difícil é saber quando morremos.

Podemos morrer em vida, parasitar em nossa própria existência, sem perceber o que é vaidade ou prioridade. Cada um faz e tem suas escolhas, acreditando o que o futuro nos aguarda.

Mas viver é frágil, aceitar as adversidades e que você não está no controle é como jogar sabendo que vai perder. Pessoas chegam e vão, mas você fica, até que percebe que o jogo da vida foi vencido em todas as etapas. 

Somos iguais a história do pássaro que renasce das cinzas, a Fênix. Morremos quase todos os dias, com a diferença que somos de porcelana. Não queimamos ou viramos cinzas, quebramos e nos reconstituimos, com isso temos cicatrizes e na maioria das vezes perdemos alguns pedaços.

Mas é bom que seja assim, gosto que seja assim inclusive, afinal, isto me faz sentir o quão insistente sou em me manter inteiro.

Obrigado pelo recado vida, você nunca me decepciona.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Mais um levantar

Acordei sorrindo no vazio,
Com uma tristeza que não cessava,
O sonho foi tranquilo,
Mas a angustia não passava,
Imagens coloridas tenho visto,
No reflexo cinza da minha alma.

Abro os olhos e vejo as horas,
Que meu relógio abstrata,
O tempo parece infinito,
Que momento é este que nunca acaba.

Acredito que não seja nada,
Mas falam que pode ser tudo,
A sensação de solidão nunca acaba,
E a vontade de acordar esvaira.

Preciso levantar pra sobreviver,
Mas meu corpo não para de sofrer,
Escuto que momentos bons estão por vir,
Mas o mundo só começou a exigir,
Dedicação total de mim.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Expresso Vaticano

Não fui convidado pra amar;
Amar não precisa de convite;
Convite não precisa ser em papel;
Papel precisa de árvores;
Árvores não nascem do nada;
Nada nem sempre vem do vazio;
Vazio pode ser algo meio cheio;
Cheio pode ser alguém que estava faminto;
Faminto pode ser de fé;
Fé não precisa de religião;
Religião significa crenças;
Crenças lembram dogmas;
Dogmas trazem paradigmas;
Paradigmas podem ser quebrados;
Quebrado está nossa esperança;
Esperança que todos tenham empatia;
Empatia significa amar.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Zig zag ei do feijão com arroz

Certo dia, não que este dia estava sendo certo para alguma, mas serviu para estar certo o assunto.

Em um reino distante, elaboravamos a verdadeira receita de um quiche de gomo de frango. Executando o prato com certa maestria, pude perceber no olhar de quem me observava que o delírio e a insensatez do mundo consumia certa alma de um mestre tibetano.

Não feliz com sua indignação referente ao prato, o mesmo se levantou e começou a exalar palavras de baixo calão em direção a mim, que apenas estava limpando o meu interior com a culinária ali inventada.

Bom, quando já estava enraivecido, fiz uma execução linda, onde precisou certa lisura e habilidade e o comuniquei apenas com uma simples palavra:

- Venha Tobby, sua janta está servida. Strogonoff de frango com arroz e feijão.

O mesmo latiu e na mesma hora me amou, abanou seu rabo e agradeceu.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Geyzakendra em: Homenzarrão vai apertar, mas não vai acender agora..

Estava Geysakendra caminhando na escuridão sombria de um beco no oeste Haitiano, quando um homem, 1,70m, 75 kg, olhos negros, pés pequenininhos, Sindicalista, com a camisa da estrela vermelha, resolveu abordar nossa linda e querida Geysakendra, segue o dialogo:

Homenzarrão: Oi broto...
Geysakendra: Oi moço...(voz tremula)
Homenzarrão: O que faz até altas horas, perambulando neste espaço coletivo onde a coletividade pode ser ou não ser respeitada com os direitos civis e morais da sociedade que ao ver uma moça tão fragil caminhando nesta escuridão sombria julgaria que a mesma está atrás de diversão, sexo e um pouco de sacanagem, sem levar em consideração que existe homens que querem diversão, sexo e um pouco de sacanagem na mesma proporção da qual as mentes criativas e maliciosas da sociedade pagã montam um cenário improprio para descrição e leitura de menores de 18 anos.
Geysakendra: É que eu estava voltando de um churras da facu...
Homenzarrão: E tinha picanha, cerveja em lata e pão de alho?
Geysakendra: Sim sr.
Homenzarrão: malditos capitalistas, apostos que são tucanos....
Geysakendra: Acredito q sim.
Homenzarrão: Então tá, passar bem!
Geysakenra: Até...

Alguns passos depois os dois refletem sobre o diálogo dissertativo da parte do Homenzarrão.

Comentários pensativos de Geyzakendra:

Ufa, me livrei daquele homem, achei que ele ia fazer peripércias em meu corpinho de veludo esculpido a mão. Vou até acender um cigarro.

Comentário pensativos de Homenzarrão:

Credo, além de feia, tucana, universitária, tinha o bafo de alho. Assim não dá. Estava me jogando um olhar 43 que mais parecia olho de caçadora de rã...Ainda bem que eu me livrei dela. Putz, esqci de perguntar c tinha isqueiro pra acender meu cigarro...